quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O mundo ás costas.

Existem homens que carregam o mundo as costas. Sentem o seu peso a cada passo que dão. A rota é indefinida, não tem mapa ou bússola apenas um bilhete de ida. Dizem que na frente dos seus olhos existe uma cortina e no braço uma mão que não desiste. Insiste na caminhada, quer ver a beleza bem contornada, o amor por excelência tem que ser tratada. Nunca sentiram a pele da mulher amada e fazem a cama debaixo de uma arcada. Poisam borboletas na sua cabeça, descem até ás mão, voam para longe. São uma espécie de monge cujos silêncios ecoam nas colinas da solidão. Quando passam as árvores ficam despidas, os frutos maduros; surgem palavras escritas nos muros, duros e mudos.
Existem homens que não sabem acabar. Que acreditam que o mundo ainda tem muito para dar e que o principio está prestes a começar. São amantes perfeitos, perfeição de corações desfeitos. São francos de opinião e por isso lhes retiram a razão. São a resistência à demência, à loucura… enfrentam a fome, a sede e a carência de carinhos é medida que não se mede. Procuram para encontrar, apenas para constatar que este mundo ainda tem muito para salvar. Fazem do nada um pequeno tudo, mesmo quando em sentem o peito mudo.
Existem porque existem. Não querem que se saiba. Escondem-se na luz, choram nas sombras. Carregam o mundo as costas, para que durmas bem, o sono que gostas.

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