quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Alma.

Por aqui todos entram, comem, dormem, convivem e saem.
Ela só sai e entra. Barrica-se no silêncio, tudo pára.
Os vizinhos dizem que fala com as árvores, que se põe imóvel.
Que o seu corpo fica tenso, suspenso no ar por fios invisíveis.
Vende a alma, partilha os seus vazios por preencher.
 Dizem que foi aprendiz e hoje é mestre de possíveis.
Fique horas a olhar para a sua porta, sentia a sua tempestade morta;
Majestade da espera, uma princesa domadora da sua interna fera
Lá fica ela na sua materna esfera, insanidade que se diz paterna, da guerra e da quimera.

Sem comentários:

Enviar um comentário