terça-feira, 31 de agosto de 2010

Estalajadeiro.


Sei cavar, semear e regar, tenho um jardim e uma horta, um galo e uma galinha, um coelho e um gato que não se importa.
 Entendo o clima e estas paredes, conheço a sua sede. Areia e pedra, pouco cimento porque é velha cadente como o seu criador, esse sim, já não sente a dor.
Sinto saudades da minha prometida, tornei-me no que sou e espero que não esteja ofendida. Á treze anos que espero, a três que não oiço a resposta que quero. O correio parou de entregar e de receber, aqui fico eu a sofrer, sabendo que ficou muito amor no meu entender. Foi uma despedida breve com promessas que no corpo e na alma… revelar segredos não, não me peças.
Onde ficou a tua calma? Terá sido comigo? Aqui sou conselheiro, confidente e amigo. Prestável para todos, só não sei ser relojoeiro. Respeitam-me, ajudam-me, tenho o cinto apertado mas vejo o meu coração é bem acarinhado.
 Jóias! Só na alma e as migalhas que ficam no papel, trituradas, filtradas e enviadas para este portal, esperando que ela oiça, responda e aconteça antes que a minha alma esmoreça. Segui-mos afastados, com a bússola e o relógio afinado, bem equipados, esperando o dia em que seremos amados. Nada me diz que não deixamos de estar apaixonados.
Luvas descalçadas. A fuga está estancada. Animais alimentados e tudo regado, está na hora de ver se o pessoal na escola está todo preparado. Despe o fato de macaco. Os primeiros dias são atarefados de questões, ilusões, muitas respostas e sem palavrões. É sempre assim que se repete há muitos Verões.

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